As condições da produção e de oferta do açúcar e etanol foram divulgadas no 1° Levantamento da Safra de cana-de-açúcar 2022/2023 da CONAB. Os números apresentados indicam que o Brasil deve produzir 596,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação à safra anterior, apesar da redução na área colhida de 1,3%, devido à forte concorrência com outras culturas. A área chega a 8,2 milhões de hectares, que acabou se equilibrando com a expectativa de recuperação da produtividade em 3,2%, resultado de um clima mais favorável que o ocorrido no último ciclo.
O Brasil deverá produzir 40,2 milhões de toneladas de açúcar nesta safra, incremento de 14,9% em comparação ao ciclo anterior devido aos contratos a serem cumpridos com boas margens de lucro e melhor qualidade da matéria-prima. Dada maior produção de açúcar, contribui ainda para a perspectiva de crescimento das exportações do produto nesta temporada.
Etanol
Já a produção total de etanol, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, é de 28,66 bilhões de litros, com redução de 5,3% em relação à safra passada. No etanol da cana, a redução afetou tanto o anidro, com queda de 11,1%, quanto o hidratado, com decréscimo de 4,9% em comparação à safra 2021/22.
O cenário de maior controle da pandemia de COVID-19 favorece o aquecimento da demanda interna, fator que pode limitar as exportações e direcionar para ampliar a oferta do biocombustível.
A safra que se iniciou em abril só será encerrada em março de 2023, por isso o levantamento aponta para uma estimativa de produção de açúcar. No entanto, vale destacar que o mercado é dinâmico e pode mudar ao longo da safra.
Clima influencia lavouras de cana-de-açúcar
Na temporada 2021/22, as lavouras de cana-de-açúcar sofreram com um clima mais seco e geada, o que culminou em redução da produtividade das lavouras, e consequentemente da produção, que fechou o ciclo com 63,9 milhões de toneladas processadas.
Para o ciclo iniciado este mês, 2022/23, o clima se apresentou bem mais favorável ao desenvolvimento das lavouras, até o momento. Assim, mesmo com uma estimativa inicial de leve redução na área em produção (-0,4%), a perspectiva é que a safra registre aumento no rendimento médio da cultura, na ordem de 5,2%, com produtividade de 79,5 mil kg/ha e na produção total em comparação ao exercício anterior, podendo chegar a 67 milhões de toneladas de cana-de-açúcar colhidas (crescimento de 4,8% em comparação ao resultado de 2021/22).
Deste total, a estimativa é de uma safra mais açucareira, com volume de 5,5 milhões de toneladas do adoçante, aumento de 31,9% em relação a 21/22. Enquanto a produção de etanol é esperada em menor volume, chegando a 2,4 bilhões de litros, menor em 17,3% que o ciclo anterior, sendo que a produção de etanol anidro é estimada em 987,9 milhões de litros (-18,8%) e hidratado 1,4 bilhões de litros (-16,2%).
De acordo com o Levantamento, “Entende-se que o direcionamento da cana-de-açúcar para o mercado açucareiro tenha peso em relação ao preço e a demanda mundial pelo produto, o que permitiu muitas usinas travarem a venda futura aproveitando tais condições. Além disso, fatores de isolamento e restrição social impostas pela pandemia reduziram a demanda pelos combustíveis”. (Fonte: Sistema FAEMG)